Criativos da Escola | 5 projetos de estudantes que utilizam a arte para transformar suas realidades
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5 projetos de estudantes que utilizam a arte para transformar suas realidades

18/03/2021 - Por Andrea Costa

Destaques na premiação Desafio Criativos da Escola, grupos de alunos mobilizam seus colegas por meio da arte e sensibilizam suas comunidades escolares.

Atualmente, crianças e adolescentes do mundo inteiro estão engajados em se expressar artisticamente nas redes sociais, principalmente a partir da popularização de vídeos de dança, música ou dublagem e de perfis exclusivos para divulgação de artes visuais como desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo.

Nesse contexto, estão surgindo cada vez mais iniciativas estudantis que incentivam a produção artística aliada às atividades de aula. A educadora Ana Mãe Barbosa, pioneira na propagação da arte-educação no Brasil, cita em reportagem do Centro de Referências em Educação Integral que aprender por meio da arte ajuda a desenvolver diversas habilidades, como a capacidade de interpretação, criatividade, inteligência emocional e habilidades motoras.

O Criativos da Escola te convida, então, a conhecer e se inspirar com 5 projetos destaque nas últimas edições do nosso Desafio. Por meio do protagonismo dos alunos, essas iniciativas utilizam a produção artística na escola como caminho para melhorar o engajamento e a autoestima dos estudantes enquanto aprendem sobre cultura, sociedade e meio ambiente.

O primeiro deles é a iniciativa protagonizada por estudantes da EEFM Menezes Pimentel, em Potengi (CE). Eles desenvolveram ações online e offline para inspirar colegas a se expressarem por meio da arte e elaboraram o projeto Trilharte, premiado no Desafio Criativos da Escola 2020.

Segundo os integrantes do grupo, era sabido que estudantes do colégio tinham um grande potencial artístico, porém havia pouco estímulo para que pudessem desenvolver essas habilidades. Para apoiar os colegas e combater a insegurança entre eles, criaram um show de talentos que estimulou e inspirou os alunos a se orgulharem de suas obras e performances.

Com a pandemia da Covid-19, as ações do grupo foram readequadas e logo foi criada a hashtag #Você_indica_o_poema_e_os_alunos_do_Menezes_Pimentel_recitam. Com a campanha voltada para as redes sociais, a equipe passou a incentivar professores, amigos e toda a comunidade a indicar poesias para que os estudantes recitassem em vídeo e compartilhassem no perfil do projeto.

De acordo com os jovens, as orientações do professor João Lucian e as experiências adquiridas com o desenvolvimento da iniciativa auxiliaram para que pudessem aprender na prática como conduzir apresentações artísticas-culturais. Além disso, segundo eles, tiveram a possibilidade de ampliar ainda mais seus conhecimentos em artes plásticas, tecnologias, audiovisual, música e demais expressões artísticas e culturais.

Confira abaixo mais outros cinco projetos que, assim como o Trilharte, utilizaram a arte como forma de transformação social e melhoria do aprendizado.

Música Sustentável

O estresse do cotidiano e a necessidade de valorização da cultura local. Esses foram os motivos que provocaram os alunos da Escola Técnica Estadual Ministro Fernando Lyra, em Caruaru (PE), a organizarem oficinas para ensinar colegas a construírem seus próprios instrumentos musicais. O foco do projeto foi a confecção de pífanos, instrumento de sopro tradicional, reutilizando canos de policloreto de vinila (PVC).

Dessa forma, os estudantes mantém a cultura do instrumento musical, garantindo, também, a redução do descarte inadequado dos canos PVC no ambiente. Com adaptações para o meio virtual, por causa da pandemia, o grupo continua organizado. Juntos, planejam expandir suas ações, construindo uma maior variedade de instrumentos musicais para serem estudados.

Estarte

O excesso de lixo descartado de forma incorreta pelos próprios colegas incomodava estudantes da Escola Salesiana São José, em Campinas (SP). Após estudarem sobre artistas que geram reflexão ambiental e social com seus trabalhos, como Alexandre Orion e Eduardo Srur, a turma do 8º ano do ensino fundamental se inspirou: organizaram um grupo para recolher os materiais recicláveis mal descartados, limpar e armazenar o que foi coletado para depois utilizar como matéria prima de suas produções artísticas. Como resultado: uma exposição das artes construídas foi erguida no ambiente escolar para sensibilizar os demais colegas.

Projeto Estarte

Projeto Estarte / Divulgação.

Além de se organizarem virtualmente, os integrantes do projeto pretendem ampliar as ações. Eles pretendem organizar lives com artistas para debater o potencial de suas obras para engajar as pessoas em questões importantes para a sociedade. A equipe também está organizando gincanas interclasses para valorizar a turma que produzir menos lixo e planejando uma visita a um galpão de coleta seletiva da cidade. Como consequência da iniciativa, os alunos esperam criar uma produção audiovisual a partir das entrevistas com os trabalhadores do galpão, buscando expandir a consciência ambiental de toda a comunidade.

Entre Saberes e Fazeres: (Re)descobrindo os redutos da cultura popular

Apesar das comunidades de Cascavel (CE) serem detentoras de um rico patrimônio cultural, estudantes da Escola de Ensino Médio Ronaldo Caminha Barbosa concluíram, após uma pesquisa de campo, que colegas e demais moradores da região não reconheciam o valor cultural de algumas tradições locais. Diante disso, juntaram ideias para unir a escola com a comunidade, interligando os conhecimentos culturais e artesanais da população local com as atividades de aula para e reverter, assim, o quadro de desvalorização.

“Visitamos polos de produção e comercialização de artesanato em Cascavel, realizamos entrevistas e intervenções com artesãos e mestres da cultura e realizamos expedições mapeando as peculiaridades culturais de cada localidade” relatou Cássia, integrante do projeto. A partir dos conteúdos absorvidos nessas experiências, o grupo desenvolveu um jogo de tabuleiro sobre o artesanato local. A brincadeira foi apresentada em escolas vizinhas e para pessoas da comunidade, em 2019, promovendo maior conhecimento da cultura local de forma dinâmica e interativa.

Desbravadoras de ideias desconhecidas

As estudantes do C.E. Antônio Sirley De Arruda Lima, em Formosa da Serra Negra (MA), tiveram uma ideia para tornar as aulas mais participativas: envolver os estudantes que já possuem talentos artísticos. Para isso, desenvolveram um plano de ação para realizar aulas extracurriculares de pintura, dança, culinária e outras artes, visando ainda eventos culturais como uma feira onde os alunos podem exibir seus resultados e aprendizados.

Além de dar espaço e estimular que os estudantes desenvolvam suas habilidades, a iniciativa também visa resgatar a cultura local que, segundo elas,“é tão rica, mas pouco conhecida entre os mais novos”. Para impulsionar os sonhos do grupo, as meninas têm recebido apoio de artistas e educadores locais, como o músico Gil Monteiro e a representante da liderança jovem da educação, Camilla Pedroso.

Conhece alguma iniciativa estudantil de arte e cultura? Compartilhe com a gente!

Redação: Andréa Xavier e Gabriel Salgado.

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